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sábado, 17 de novembro de 2012

Ateliep ou Atraliê...um escritório da imaginação

    Hoje uma nova realidade física e psicológica se instalou na minha rotina. Ao mesmo tempo que eu via o quarto menor no meu apartamento se transformar num lindo quarto de bebê, com direito a móveis sob medida, papel de parede e até um frigobar retrô, eu também via meu escritório de arquitetura e meu ateliê irem reduzindo minuto a minuto até quase não serem mais enxergados. Nesse pequeno quarto de apenas 7 m², montei a um ano atrás meu home office, que também era dividido com meu marido. E com a chegada da Marina, claro, ela virou prioridade e mesmo eu sendo arquiteta, não consegui fazer mágica neste espaço e deixá-lo tão funcional como já foi, que agora serão para 3 pessoas e 4 usos diferentes...arquitetura, artesanato, informática e quarto. 
      E essas mudanças todas não tem sido fáceis para mim, pois meu escritório tão sonhado e meu ateliê tão amado, são como filhos...planejei o nascimento deles, dei forma, vi crescer, ficar altivo e de repente preciso pedir licença e dizer que se retirem ou ainda que se contentem com o espaço que agora posso lhes dar.
     Lembro como se fosse hoje, eu estava de férias da empresa que trabalha e com a  ajuda dos meus pais, começamos a montar meu primeiro escritório de arquitetura em casa, mais precisamente em uma cozinha desativada. Era um ambiente simples, com piso frio e azulejos da cozinha, mas eu estava feliz igual. Comprei uma mesa, um rack de apoio, pufes, tapete e ali nasceu meu primeiro espaço:



     Um ano e meio depois, casei e me mudei. Nessa mudança de vida e de casa, meu rack branco foi usado na nossa nova sala para colocar a TV e os pufes brancos serviram de bancos de apoio ao lado do sofá. No quarto menor, organizamos o "nosso" escritório, afinal no casamento precisamos aprender a dividir tudo, então levei minha mesa e não abri mão do meu tapete rosa. Nesse novo espaço agora mais bonito, com paredes e piso apropriados foi que surgiu meu interesse e admiração pelo artesanato. 
     E quase 6 meses depois de ter me mudado, fizemos o primeiro upgrade, compramos prateleiras para apoiar os tecidinhos que eu havia comprado, coisa de 5 ou 6 estampas, apenas uns cortes de meio metro no máximo...afinal eu nem sabia usar uma máquina de costura direito. Meu escritório de arquitetura tinha destaque, prateleira própria com muitas revistas do ramo, amostras, meu capacete bem bonito, esquadros. Na minha mesa, a foto da formatura, meus cartões de visita já remodelados, com design mais maduro, meu carimbo, canetas finas, agenda e etc.


Minha primeira compra de tecidos, uma pilha que me encheu de orgulho

Tinha espaço até para visitas...

     Dois anos depois, nos mudamos para o apartamento que compramos e finalmente havia sido entregue, minha atual casa e office. Como já devem ter visto aqui no blog, no post sobre meu ateliê branquinho, arrumos cada lugarzinho para tornar este novo espaço de trabalho mais prático e funcional. O espaço de arquitetura ganhou amostras de revestimentos de madeiras, cátalogos de cores, catálogos de fornecedores de diversos fins. Tudo organizado e a mão. Até um charmoso porta linhas veio colorir este ambiente de trabalho. E os tecidos do ateliê foram aumentando e dando alma para este "escritório da imaginação".



    Ai, um ano se passou e boa nova chegou, Marina estava a caminho...alías, ainda está...rsrs...estou com 6 meses de gestação. E as mudanças e concessões tiveram que começar, desde destino de investimentos ao espaço físico, que como mencionei lá em cima, é bem pouco.
     E as transformações foram acontecendo nessas duas últimas semanas...








     Hoje, quase tudo foi para o lugar. Recolocamos as prateleiras...aquelas antigas, de três anos atrás. As revistas ainda não tem onde colocar, as peças prontas que sempre gostei de ter expostas e a mão para os presentes de última hora, já são pouquíssimas e ficaram guardadas dentro do guarda roupa. O porta linha já não cabe mais. O escritório de arquitetura, nesse momento está resumido ao meu notebook, minha agenda rosa e minha trena que nunca sai de cima da mesa. Os demais materiais ainda são uma dúvida. 

Meu marido apelidou "carinhosamente" o ateliê de "atraliê"...homens...rsrs




Eu dei meu próprio apelido carinhoso, "ATELIEP", se lê bem assim como escrevi, por ser Pequeno.


      E as dúvidas são muitas, não só de espaço mas de conduta. Será que estou dando o peso certo para as coisas? Será que apenas um berço já não estaria de bom tamanho ou não, que absurdo, para que tantos tecidos, para juntar poeira para um bebê? E a arquitetura, será que a mesa de jantar, onde hoje já dou aulas de sketchup, vai ganhar uma nova função? Conciliar vida profissional com a vida pessoal, ser mãe pela primeira vez não está sendo fácil, mesmo para mim que trabalho em casa e por minha conta.
    Agora que escrevi aqui e desabafei esses sentimentos que apertavam meu peito, já me sinto mais leve. Não está sendo fácil, é tudo novo, de novo. Mas essa noite de sono que virá logo, espero, vai me tranquilizar e amanhã será um novo dia, com novas perspectivas e quem sabe uma nova solução, talvez não tão prática, mas quem sabe, mais adequada a essa nova mulher, que a cinco anos virou uma profissional, a três anos virou uma esposa, a dois anos virou artesã e a seis meses está virando mãe!!


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