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terça-feira, 2 de outubro de 2012

O conto da Cidade Alegre


     
    Era uma vez uma moça que morava com seu marido na Cidade Alegre. Sua casinha tinha pequenos azulejos, muito delicados e um piso de madeira brilhoso e aconchegante. Lá na Cidade Alegre, a moça e o marido tinham dias muito felizes, pois a cidade era limpa, cheia de árvores, com pessoas bem educadas e arrumadas, os animais eram comportados e lá, tinha tudo que esta pequena família precisava para se divertir e viver bem.
     Na Cidade Alegre o sol brilhava mais e a moça e o marido tinham mais tempo para passarem juntos. Eles também tinham um mascote muito sapeca, que gostava de passear no pátio e as crianças da vizinhança queriam vê-lo e brincar com ele. O mascote gostava de tomar banho no seu lugar preferido na Cidade Alegre, onde todos eram muito atenciosos e o deixavam lindo e cheiroso. 
     Na cidade Alegre os amigos da moça e do marido tinham atividades parecidas com as deles, e por isso a harmonia estava sempre presente para alegrar a todos. E os dois gostavam muito de receber os amigos e seus pais em sua casa, preparar comidas, arrumar a mesa com a louça mais bonita, perfumar os ambientes, e estampar sempre o sorriso mais amigo e mais verdadeiro para acompanhar o bom papo que sempre acontecia.
    Na cidade Alegre até os dias de chuva eram igualmente felizes, porque água é importante e em uma cidade organizada, ela é tão bem vinda quanto o sol.
     Mas um dia, a moça e o marido tiveram que ir embora da Cidade Alegre. Eles foram para a Cidade Que Não Anda. Mas eles não desanimaram, pelo contrário, quem aprende a viver tão bem como era na primeira Cidade, saberia se adaptar e tornar a nova Cidade tão calorosa quanto a outra.
    Na Cidade Que Não Anda as coisas eram bem diferentes e a cada dia que passava, a moça e o marido foram sentindo algumas dificuldades. A cidade Que Não Anda era feia, sem cor, sem mudanças. As pessoas eram presas ao passado, a vida alheia. Nessa cidade em vez de sol, sempre havia um névoa em tom acinzentado, um peso, um clima tenso, que muitas vezes atingiam a moça e o marido, que não sabiam como lidar com isso, pois a vida era simples e tranquila lá na cidade Alegre.
    Na Cidade Que Não Anda até o mascote sofria, pois não podia passear no pátio e ver crianças brincarem e a grama que é tão macia e incrível para brincar, não podia ser tocada, era apenas para olhar. Seus banhos agora eram de qualquer jeito e o mascote sempre voltava parar casa com alguma alergia.
    Na Cidade Que Não Anda, o brilho de receber as pessoas ficou mais fraco, a louça já nem é a mais bonita, o sorriso já não é tão feliz e o papo não é o mais amigo.
    Na Cidade Que Não Anda, a moça e o marido já não ficam tanto tempo juntos, pois essa cidade é longe e o trabalho escasso. 
   Mas a moça e o marido precisam continuar vivendo na Cidade Que Não Anda, pelo menos por mais um tempo. E para poderem manter a serenidade e um pouco da alegria que tinham lá na Cidade Alegre, só lhes restam uma alternativa: assoprar o mais forte que conseguirem, para que essa névoa escura e pesada, se afaste deles. Quem sabe assim, os bons ventos lá da Cidade Alegre, possam até chegar na Cidade que Não Anda e iluminar a vida de todos os que produzem esse clima sem cor.

2 comentários:

  1. Oi amiga, que os bons ventos cheguem para todas as cidades, estamos precisando! Adorei o conto. Um abraço!

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  2. Oie Denise, bom te ver por aqui.
    Tomara mesmo né, as vezes nos deparamos com situações na vida iguais as da Cidade Que Não Anda e ai só com muita força pra espantar pra bem longe!!
    Que venham os bons ventos :)
    Beijos

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